BIG divulga projeto da "Mindfulness City" que une patrimônio histórico e o futuro do Butão. Cortesia de Bjarke Ingels Group
Recentemente, o renomado escritório dinamarquês BIG anunciou o lançamento do seu projeto para a cidade de Gelephu, no Butão. Um masterplan inspirado na cultura do país e nos seus princípios de felicidade. A "Mindfulness City" apresentará inúmeras possibilidades de apropriação ao público, trazendo investimentos em infraestrutura, educação e tecnologias sustentáveis, tudo sob os preceitos da Felicidade Interna Bruta (FIB).
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, foi agraciada com o Prêmio ULI 2023 de Visionários em Desenvolvimento Urbano, uma das mais respeitadas distinções globais em uso do solo e desenvolvimento comunitário. A honraria reconhece a visão da prefeita Hidalgo de uma Paris mais inclusiva e sustentável, assim como o impacto global de suas políticas. Hidalgo, a primeira mulher a ocupar o cargo de prefeita em Paris, é reconhecida por impulsionar políticas ambiciosas que reduziram as emissões de carbono da cidade em 40% em uma década, além de aumentar a proporção de habitações acessíveis. Em 2020, Hidalgo também foi destacada na lista das 100 Pessoas Mais Influentes pela revista Time
As cidades são sistemas vibrantes que têm significado e se movem com o ritmo da vida humana que as alimenta. No tecido das paisagens urbanas, arquitetos e urbanistas colaboram para criar harmonias espaciais que vão além da estética e buscam justiça social e expressão poética. Nelas, os cidadãos se envolvem, tornando-se participantes ativos na narrativa contínua da cidade — a melodia metropolitana.
Em 2023, o ArchDaily publicou matérias sobre a poética do urbanismo, explorando um futuro em que as cidades atendem às necessidades sociais e emocionais de seus habitantes.
Ao refletirmos sobre o tumultuado ano de 2023 e seus eventos, é evidente que os desafios impostos pelas condições ambientais em constante mudança deixaram uma marca indelével em todo o mundo. Em resposta, arquitetos e urbanistas passaram a procurar maneiras nas quais suas ações possam contribuir para a criação de ambientes mais seguros para as comunidades, com arquiteturas de emergência de implantação rápida e estratégias de longo prazo para construir resiliência e mitigar riscos.
Além de simplesmente responder a eventos, como os devastadores terremotos na Turquia, Síria e Marrocos, ou as enchentes generalizadas na Líbia ou no Paquistão, arquitetos estão tentando adotar abordagens proativas. Eles desenvolvem estratégias que vão desde a modelagem preditiva até a aplicação de técnicas de renaturalização, passando pela pesquisa contínua na física de estruturas mais seguras e resilientes.
Ribeirão Preto, SP. Imagem: Governo do Estado de São Paulo
A divulgação dos primeiros dados do Censo 2022 pegou muita gente de surpresa. Segundo o IBGE, o Brasil tem hoje cerca de 203 milhões de habitantes, número abaixo da expectativa do Instituto, que era de 215 milhões. Outro dado que chamou atenção foi o crescimento das cidades médias (100 mil a 499 mil habitantes), que ganharam 8,3 milhões de habitantes. Considerando que a população do país cresceu 12 milhões desde o Censo 2010, essas cidades respondem por mais de dois terços do aumento.
Em uma viagem recente aos Estados Unidos, olhei a vista da janela do avião ao decolar de Tampa, na Flórida, e chamou atenção a perfeita paisagem verde do subúrbio americano. Sequências organizadas de árvores que pareciam iguais, cobrindo o território plano como um tapete verde. Para alguns, o verde pode parecer um sonho de sustentabilidade integrada ao meio ambiente.
Nada poderia ser mais distante da verdade. O subúrbio americano, baseado no conceito ultrapassado da “cidade jardim”, foi projetado para incentivar o automóvel, a moradia unifamiliar residencial de baixa densidade e o zoneamento de atividades. Tal modelo inviabiliza transporte ativo (a pé ou de bicicleta) e torna o transporte de massa, que exige densidade e caminhabilidade, inviável.
Quando astros musicais mundialmente famosos como Beyoncé, Taylor Swift e Paul McCartney anunciam suas turnês globais, após o frisson provocado pela divulgação dos países e das respectivas cidades-sede, esses locais se preparam para comportar a série de mudanças que serão desencadeadas por esses eventos em seus espaços urbanos. Esses megashows não se restringem ao âmbito musical, eles transcendem o palco para mobilizar cifras significativas e implicar em diversas transformações no cotidiano urbano dessas cidades. Mesmo que durante um curto período de tempo, esses eventos provocam alterações em variadas esferas e setores urbanos, como o turístico, o hoteleiro, o alimentício e o de transporte.
Uma das instâncias mais radicais de transformação do espaço público aconteceu recentemente. Durante os primeiros meses da pandemia de Covid-19, o espaço público se transformou em "um recurso médico, centro de distribuição, espaço de transbordamento, local de protesto e resistência, academia, centro para idosos, centro comunitário, creche, pátio escolar, boate, via de transporte, restaurante ao ar livre, shopping center, parquinho infantil, teatro aberto, espaço de música, refugio natural e um lugar de pertencimento, de 'sentir-se em casa'".
https://www.archdaily.com.br/br/1010274/espacos-publicos-socialmente-justos-sao-cruciais-para-sociedades-prosperasGrace Mitchell Tada
No cenário em constante evolução do século XXI, as cidades despontam como modelos de inovação em relação aos objetivos de desenvolvimento sustentável. Criativamente, enfrentam desafios urbanos urgentes, como densidade populacional, transporte, habitação e resiliência. Possuem o potencial de liderar uma agenda climática abrangente, atuando como laboratórios para iniciativas sustentáveis, inovações inter-setoriais e estratégias orientadas para a comunidade. As cidades agem como catalisadoras de revoluções, implementando soluções impactantes que podem ser aplicadas globalmente.
Afastando-se de abordagens hierárquicas, as práticas contemporâneas adotam modelos mais inclusivos e participativos nos processos de projeto. O planejamento participativo, uma noção que prioriza envolver toda a comunidade na tomada de decisão, tem recebido reconhecimento e popularidade em todo o mundo. Cidades ao redor do planeta interpretaram o planejamento participativo de acordo com suas necessidades únicas, utilizando tecnologia e recursos governamentais para acelerar e aprimorar o processo.
Parque Manancial de Águas Pluviais / Turenscape. Cortesia de Turenscape
A emergência climática manifesta-se nas cidades brasileiras de diversas maneiras: enchentes no Sul, ressacas no Rio de Janeiro, tempestades em São Paulo causando apagões, fumaça de queimadas em Manaus, seca nos rios da Amazônia e ondas de calor no Centro-Oeste. Nesse sentido, é crucial integrar a luta contra as mudanças climáticas no planejamento público.
https://www.archdaily.com.br/br/1009631/e-book-gratuito-ensina-como-usar-solucoes-baseadas-na-natureza-em-projetos-urbanosArchDaily Team
Distrito de Inovação da Cidade de Ho Chi Minh / Sasaki. Imagem cortesia de Sasaki
À medida que a tecnologia e a infraestrutura evoluem rapidamente, uma palavra da moda se mostra presente nas conversas de diversas indústrias: inovação. Uma palavra que é mais relevante ainda diante de desafios futuros, como mudanças climáticas, desigualdade e crises econômicas. Como resultado do crescente interesse nesses conceitos, surgiram em todo o mundo hubs de inovação, com o objetivo de fomentar economias criativas e colaborativas para promover mudanças rápidas. Mas, afinal o que são distritos de inovação e como eles influenciam o ambiente construído?
A ONU-Habitat, Programa da Organização das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, é encarregada de questões relativas à habitação e ao desenvolvimento urbano de maneira mais adequada em todo o mundo. Desempenha um papel fundamental ao abordar questões urbanas globais, trabalhando para melhorar a qualidade de vida, enfrentar desafios como a rápida urbanização e a falta de moradia, e promover práticas de planejamento urbano que sejam socialmente mais inclusivas e ecologicamente responsáveis. Em 2022, lançou o projeto "Conexões Urbanas - Planejamento de Espaços Públicos para Comunidades Inclusivas", iniciativa importante da organização, que pretende promover o fortalecimento dos governos locais através do planejamento e desenho urbano participativo de espaços públicos.
Com grandes populações vêm desafios formidáveis, especialmente no campo da saúde e saneamento. No último século, manter condições sanitárias em áreas urbanas tem sido um desafio persistente, especialmente em uma nação que abriga mais de 1,4 bilhão de pessoas. A Índia enfrenta uma infinidade de problemas — infraestrutura inadequada para saneamento, falta de banheiros públicos e práticas deficientes de gestão de resíduos. Nas cidades mais densas, a luta se intensifica à medida que o gerenciamento do saneamento e limpeza urbana se mostra deficiente. A rápida urbanização da Índia superou o desenvolvimento da infraestrutura de saneamento, e problemas sanitários se enraizaram profundamente no ambiente construído do país.
Este artigo foi publicado originalmente na Common Edge.
Desde que a pandemia atingiu às cidades, é possível perceber uma alta no número de reportagens urbanas pessimistas. E não é difícil entender o porquê. Em 2020, as cidades centrais dos Estados Unidos passaram das histórias de sucesso de "volta por cima" para lugares fantasmas; o transporte perdeu quase todos os passageiros; dezenas de milhares de lojas e restaurantes fecharam; e boa parte da população com maior poder aquisitivo se mudou para os subúrbios e ou cidades distantes.
O Conselho de Design da Turquia (TDC) reuniu 13 escritórios de arquitetura, incluindo Foster + Partners e Bjarke Ingels Group, para trabalhar na recuperação da província histórica de Hatay, uma área gravemente danificada pelo terremoto de magnitude 7.8 em fevereiro deste ano. A Foster + Partners foi selecionada para liderar o projeto do novo plano diretor para a cidade de Antakya, conhecida na antiguidade como Antioquia, enquanto outros escritórios, incluindo os turcos DB Architects e KEYM (Urban Renewal Center), trabalharão juntos para reconstruir a cidade. Detalhes do plano diretor deverão ser divulgados em 2024.
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Usina do Gasômetro. Foto: Ana Paula Hirama, via VisualHunt.com
Está em andamento a atualização do Plano Diretor de Porto Alegre. Muito tem se falado do futuro da cidade, mas o que podemos aprender com o passado para promover mais dinamicidade, caminhabilidade e gerar maior qualidade de vida para os cidadãos? Afinal, uma cidade mais agradável retem e atrai talentos, gerando inovação e riqueza. Neste artigo, faço uma retrospectiva dos momentos mais marcantes da evolução urbana de Porto Alegre, dividindo-os em quatro grandes períodos.
À medida que o mundo luta contra os efeitos das mudanças climáticas, desastres naturais como inundações e a propagação de incêndios incontroláveis estão cada vez mais ameaçando as cidades e seus habitantes. Embora a arquitetura e o urbanismo não possam evitar esses eventos, há estratégias para minimizar os danos associados a esses eventos e ajudar a proteger os cidadãos. Eventos trágicos ao longo do último ano, como o terremoto que atingiu o centro da Turquia e o noroeste da Síria em fevereiro deste ano ou o terremoto mais recente no oeste do Afeganistão, as inundações e o rompimentos de barragens na Líbia, e os incêndios que devastaram a cidade de Lahaina, no Havaí, demonstram a urgência de implementar medidas preventivas e de mitigação, além de criar procedimentos para intervenção de emergência. Este artigo explora as estratégias e recursos disponíveis para arquitetos e urbanistas enfrentarem esses desafios em três tipos de desastres naturais: enchentes, incêndios florestais e terremotos.